sábado, 20 de novembro de 2010

Dia da Consciência Negra


20 de Novembro




Esta data foi estabelecida pelo projeto lei número 10.639, no dia 9 de janeiro de 2003. Foi escolhida a data de 20 de novembro, pois foi neste dia, no ano de 1695, que morreu Zumbi, líder do Quilombo dos Palmares.

A homenagem a Zumbi foi mais do que justa, pois este personagem histórico representou a luta do negro contra a escravidão, no período do Brasil Colonial. Ele morreu em combate, defendendo seu povo e sua comunidade. Os quilombos representavam uma resistência ao sistema escravista e também um forma coletiva de manutenção da cultura africana aqui no Brasil. Zumbi lutou até a morte por esta cultura e pela liberdade do seu povo.



A criação desta data foi importante, pois serve como um momento de conscientização e reflexão sobre a importância da cultura e do povo africano na formação da cultura nacional. Os negros africanos colaboraram muito, durante nossa história, nos aspectos políticos, sociais, gastronômicos e religiosos de nosso país. É um dia que devemos comemorar nas escolas, nos espaços culturais e em outros locais, valorizando a cultura afro-brasileira.

A abolição da escravatura, de forma oficial, só veio em 1888. Porém, os negros sempre resistiram e lutaram contra a opressão e as injustiças advindas da escravidão.

Vale dizer também que sempre ocorreu uma valorização dos personagens históricos de cor branca. Como se a história do Brasil tivesse sido construída somente pelos europeus e seus descendentes. Imperadores, navegadores, bandeirantes, líderes militares entre outros foram sempre considerados hérois nacionais. Agora temos a valorização de um líder negro em nossa história e, esperamos, que em breve outros personagens históricos de origem africana sejam valorizados por nosso povo e por nossa história. Passos importantes estão sendo tomados neste sentido, pois nas escolas brasileiras já é obrigatória a inclusão de disciplinas e conteúdos que visam estudar a história da África e a cultura afro-brasileira.

"Todos nós temos uma consciencia negra, por mais que digas ser uma pessoa de mente livre em relação a isso, suas ações as vezes representa o que você é... Todos nós temos preconceitos, o racismo tem reinado em nós. Cabe a nós dar as mãos, abraçar o próximo acabar com esse preconceito que existe, e pensar em sociedade como um todo, respeitando os limites e diferenças... São nossas raízes. Somos irmãos, mesma família...

Bay: Diassis Araújo

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Centenário Rachel de Queiroz






Mulher, nordestina, cearense, escritora. Rachel de Queiroz natural de Fortaleza, nasceu dia 17 de novembro de 1910. Uma das maiores escritoras do Brasil, foi a primeira mulher a ocupar uma cadeira na Academia Brasileira de Letras.

Filha de Daniel de Queiroz e de Clotilde Franklin de Queiroz e prima de José de Alencar. Seu pai um homem estudado, sempre a fez está em meio a leitura, com isso Raquel logo aprendeu a ler aos cinco anos.

Apesar de ter nascido em Fortaleza, era em Quixadá, Sertão Central do Ceará, onde sua família tinha raiz. O pai era Juiz de Direito da cidade, mas, logo teve que deixar a terra dos Monólitos, foi promovido a promotor, retornando a Capital.

Mesmo vindo de uma família de posses, a vida naquela época não era fácil pra ninguém, a única alternativa foi fugir dos horrores da seca. No ano 1917, Rachel e sua família tiveram que deixar o Ceará e mudar-se para o Rio de Janeiro, em busca de uma vida melhor.

Com o passar do tempo, já era hora de voltar para a terra natal. A cidade de Guaramiranga foi à escolhida para o seu retorno ao Ceará e em seguida novamente para Quixadá. Quando chega a cidade Rachel é matriculada no curso normal, como interna do Colégio Imaculada Conceição. Com o habito de ler diariamente, ela acaba sendo estimulada a fazer seus primeiros escritos.

Seus primeiros escritos impresso foram para o Jornal “O Ceará”, no ano de 1927. O convite para o jornal surgiu após escrever uma carta ironizando o concurso "Rainha dos Estudantes". Como era comum aos escritores da época o uso de pseudônimo, Rachel utilizava o de "Rita de Queluz”. Curioso é que no ano seguinte ela foi eleita “Rainha da Escola”.

Três anos depois Rachel passa por problemas de saúde, fazendo-a ficar mais resguardada em repouso. Isto não deixou a escritora desmotivada, pelo contrário, ela busca força e escreve "O Quinze", romance de fundo social que fala sobre a seca, livro este que a transforma em uma personalidade no mundo da literatura brasileira.

Mesmo com todo o sucesso do seu primeiro livro, não foi fácil para a escritora continuar a publicar suas obras. Prova disso foi o seu segundo romance, "João Miguel". Quase para ser editado foi informada de que seu livro não seria aprovado pelo Partido Comunista, do qual fazia parte.

Nos anos seguintes, Rachel de Queiroz se torna mais conhecida e faz várias publicações no intervalo entre 1937 e 1953; romances como "Caminho de Pedras", lançado no Rio de Janeiro, pela editora José Olympio; "As Três Marias", 1939; "A Donzela e a Moura Torta”, 1948. No ano de 1950, escreve em quarenta edições da revista "O Cruzeiro" o folhetim "O Galo de Ouro".

Em 1953, escreve sua primeira de teatro: "Lampião", que foi montada no Teatro Municipal do Rio de Janeiro e no Teatro Leopoldo Fróes, em São Paulo.

No ano de 1957, recebe da Academia Brasileira de Letras, o Prêmio Machado de Assis. Em reconhecimento à suas obras e contribuições para a literatura nacional. Seria esse o seu primeiro contato com a academia, que após nove anos a elegeria por 23 votos a 15, a primeira mulher a ocupar uma cadeira na Academia Brasileira de Letras.

Suas produções literárias fizeram parte das programações da TV brasileira. Minisséries como "Memorial de Maria Moura", adaptada da obra da escritora, no ano de 94, ano este que marca sua estréia, na Rede Globo de Televisão.

Se 1930 marcou seu ingresso na literatura, o ano de 2003 fica registrado como o ano da sua saída do livro da vida. No ato simples do sertanejo de levar a vida, a escritora faleceu dormindo em sua rede, no dia 04 de novembro de 2003, na cidade do Rio de Janeiro. Rachel de Queiroz, a mulher que contava histórias passa a ser a história. Em Quixadá, onde passou boa parte da sua vida e escreveu seu primeiro livro de sucesso, foi criado um Centro Cultural em sua homenagem. A escritora deixou, além de todas as suas obras, patrimônio da humanidade, o livro “Visões: Maurício Albano e Rachel de Queiroz" com textos de sua autoria, ainda a ser publicado.


"[...] tento, com a maior insistência, embora com
tão precário resultado (como se tornou evidente), incorporar
a linguagem que falo e escuto no meu ambiente nativo à
língua com que ganho a vida nas folhas impressas. Não
que o faça por novidade, apenas por necessidade.
Meu parente José de Alencar quase um século atrás vivia
brigando por isso e fez escola."

Rachel de Queiroz


Fonte: Revista Central

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Tiririca faz teste de Alfabetização... Leu e Escreveu!


Tiririca acena ao retornar ao prédio do TRE-SP após o almoço (Foto: Roney Domingos/Fonte:G1)


O presidente do Tribunal Regional Eleitoral (TRE) de São Paulo, desembargador Walter de Almeida Guilherme, disse na tarde desta quinta-feira (11) que o deputado federal eleito Francisco Everardo Oliveira Silva, o palhaço Tiririca, "leu e escreveu" durante a coleta de material realizada em audiência para apurar a veracidade de sua declaração de escolaridade.

O magistrado não quis comentar o desempenho de Tiririca, deputado federal mais votado do Brasil, com 1,3 milhão de votos.

Durante o teste, Tiririca teve de ler o título e o subtítulo de duas páginas de um jornal paulistano. Os textos são da edição desta quinta: uma reportagem sobre o filme que homenageia Ayrton Senna e outra sobre a ação do Procon sobre estabelecimento que vendia produto vencido.

Ele também foi submetido a um ditado, extraído do livro “Justiça Eleitoral – Uma Retrospectiva”. O deputado eleito teve de reproduzir o seguinte trecho: “A promulgação do Código Eleitoral, em fevereiro de 1932, trazendo como grandes novidades a criação da Justiça Eleitoral”.

Tiririca chegou por volta das 9h à sede do TRE, na Bela Vista, região central de São Paulo. Ele estava acompanhado por seguranças, que estavam em outro veículo. Antes de entrar no elevador, fez um breve aceno aos repórteres que o aguardavam em frente ao edifício.
Segundo o presidente do TRE, é possível que a Justiça Eleitoral decida ainda nesta quinta a ação penal. “É possível que ele [o juiz da 1ª Zona Eleitoral, Aloisio Sérgio Rezende Silveira] decida hoje”, disse o desembargador ao chegar ao tribunal.

Ação penal
Segundo o TRE, a resolução nº 23.221 dispõe que "a ausência do comprovante de escolaridade poderá ser suprida por declaração de próprio punho, podendo a exigência de alfabetização do candidato ser aferida por outros meios, desde que individual e reservadamente".

A denúncia, oferecida pelo Ministério Público Eleitoral (MPE), foi recebida em 4 de outubro com base no artigo 350 do Código Eleitoral, que prevê pena de até cinco anos de reclusão e o pagamento de multa por declaração falsa ou diversa da que deveria ser escrita para fins eleitorais em documento público.